Esta era uma not
ícia do Público de ontem...
"Cientistas fabricam de raiz o genoma de um organismo vivo"
"Uma equipa do Instituto J. Craig Venter, nos EUA, revelou hoje que conseguiu dar mais um passo crucial para criar vida artificial no laboratório. No centro das atenções está uma minúscula bactéria, cujo ADN é formado apenas por um cromossoma.
A molécula de ADN da bactéria em questão, “Mycoplasma genitallium” (responsável por uma infecção sexualmente transmitida) é uma cadeia com 582.970 tijolos de construção moleculares – os famosos “pares de bases” que entram na composição do ADN (a título comparativo, o ADN humano possui três mil milhões de pares de bases). Até agora, o maior ADN totalmente sintético que algum laboratório no mundo tinha conseguido fabricar continha só 32 mil pares de bases e era de origem viral, salientam os cientistas no artigo. Para mais, um vírus,ao contrário de uma bactéria, não é um organismo capaz de se reproduzir de forma autónoma. É apenas um pedacinho de ADN e precisa das células hospedeiras que infecta para se multiplicar. Uma bactéria é já algo de muito mais respeitável: é um organismo vivo na total acepção da palavra."
E este foi um dos comentários à notícia...
24.01.2008 - 21h02 - señor x, paris de france
Cara Ana Gerschenfeld, Escreve neste artigo o seguinte, "Para mais, um vírus, ao contrário de uma bactéria, não é um organismo capaz de se reproduzir de forma autónoma. É apenas um pedacinho de ADN e precisa das células hospedeiras que infecta para se multiplicar. Uma bactéria é já algo de muito mais respeitável: é um organismo vivo na total acepção da palavra.". As generalizações são sempre perigosas. E quando estão assentes em factos que não podiam estar mais longe da verdade, apenas contribuem para o descrédito do jornalista e do jornal em que escreve. Um pedacinho de ADN? Menos respeitável que uma bactéria? Por muito que o Público não seja um veículo de informação científica, teria por obrigação não deixar que tamanhos erros fossem publicados. Existem vírus com ADN de cadeia dupla, com ADN de cadeia simples, ou com ARN. Os vírus apresentam uma diversidade estonteante e desempenham um papel importantíssimo na evolução dos genomas. Teoriza-se até sobre a possibilidade de terem sido os vírus os grandes responsáveis pela invenção dos genomas tais e como os conhecemos agora. Não se exige ao jornalista um conhecimento académico das questões, mas pelo menos dever-se-ia evitar escrever num tom tão coloquial e despeitoso."